Mancada de Heinze pode ser fatal para sua campanha

Mancada de Heinze pode ser fatal para sua campanha

Foi precipitada a declaração de apoio do candidato do Progressistas ao Palácio Piratini  a Jair Bolsonaro (PSL). Do ponto de vista estratégico, a iniciativa de Luiz Carlos Heinze pode ter sido uma mancada de principiante, mesmo ele sendo macaco velho na lida política. 
A óbvia intenção de bombar uma candidatura que ainda taxia, associando-se ao líder nas pequisas da sucessão presidencial tem mais desvantagens do que a vã filosofia das cabeças que orbitam em Heinze sugerem. 

 

Quais são?  
1. Ninguém sabe o que pode acontecer com a candidatura do deputado carioca quando o start da campanha eleitoral for ligado. Concorrendo numa sigla nanica, Bolsonaro só tem garantido oficialmente, até aqui, alguns segundos de propaganda nas mídias de massa. E tempo de TV e rádio será ouro nesta curta campanha. 

2. Ao se alinhar a Bolsonaro, cujo gênero "falo o que penso" gera admiração, mas também repulsa, Heinze contribui  para que não descole dele afirmações politicamente equivocadas feitas no passado.  

3.  Ana Amélia Lemos nunca foi uma entusiasta de o PP ter chapa própria ao governo gaúcho e por ela o partido apoiaria o PSDB, que retribuiria dando-lhe suporte na reeleição ao Senado. Posando com Bolsonaro, Heinze oferece argumento para Ana Amélia e seu grupo - Alckminstas - se afastarem de vez do seu palanque.  

4. Mesmo que o objetivo foi o de amarrar o DEM gaúcho, que não lota um ônibus da Planalto, mas que é parceiro de Bolsonaro, a manobra não compensa os votos perdidos entre aqueles que rejeitam o candidato do PSL - e consequentemente os seus aliados. 

5. Mesmo que uma boa parcela dos produtores rurais tenham comprado as propostas de Bolsonaro, muitos os enxergam como fanfarrão e vazio. Naturalmente, isso pode significar votos perdidos de quem o abraça. 

Por Alex Soares