Conexão Rural discutiu os avanços e recuos registrados no Censo Agropecuário

O Conexão Rural do último sábado (28) debateu os dados preliminares do atual Censo Agropecuário do IBGE. Entre os entrevistados do programa esteve Luis Eduardo Puchalski, coordenador operacional do Censo no Rio Grande do Sul.
O CR também ouviu o economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, o jornalista Donário Lopes de Almeida, a veterinária Andréia Veríssimo, que coordena o programa Observatório Gaúcho da Carne, e os advogados Valtencir Gama, Clairton Gama e Ricardo Alfonsin, além do consultor Emerson Peres.
O programa de sábado foi transmitido da Província Empório Gourmet, que está completando dois anos de funcionamento em Camaquã.
Começado em outubro de 2017, o levantamento envolveu 2 mil recenseadores no Rio Grande do Sul. Neste período, os técnicos ainda avaliam os dados coletados e o trabalho. Os números finais serão divulgados em junho de 2019, após eventuais correções que serão feitas e visitas pendentes. Isso, porém, não altera as linhas referenciais do Censo.
Puchalski deu destaque a alguns dados coletados, como o baixo índice de jovens trabalhando no campo, em contraponto à grande parcela de cidadãos idosos que seguem firme na atividade. Entre os que labutam no meio rural, apenas 1,2% tem menos de 25 anos, enquanto os que têm mais de 65 anos correspondem a 23%. No levantamento de 2006, esses índices eram de 1,9 % e 17%, respectivamente.
"Uma realidade constatada é que o pessoal mais novo está indo para cidade estudar e não está voltando para assumir o negócio rural da família", disse o servidor do IBGE, que também destaca o baixo índice de escolaridade entre aqueles que seguem no campo. "Temos entrevistados que informaram terem estudado sob um sistema de aprendizagem que não existe há décadas, como o ginasial", comentou ele.
Mais soja na metade sul
O Censo 2017 também traz sinais de avanços. A mecanização e a tecnologia é uma deles, já que houve aumento significativo da frota gaúcha de tratores - de 50% em relação ao Censo de 2006, de colheitadeiras e de plantadeitas neste último levantamento, além do registro de mais estabelecimentos que podem armazenar grãos, a partir da instalação de silos, e também com mais acesso à internet.
Em relação às produções, enquanto a pecuária registra estagnação nesses últimos 11 anos, na produção de grãos houve crescimento, principalmente no que se refere à soja, com a cultura avançando sobre a metade sul, região tradicionamente voltada ao arroz e à criação.
Ouça a entrevista com Luis Eduardo Puchalski, ao Conexão Rural de 28 de julho.