O sim de Ana Amélia a Alckmin e o fim honroso à candidatura de Heinze ao governo

Pressionada em vários flancos, a senadora Ana Amélia Lemos (Progressistas) aceitou ser candidata a vice-presidente da República na chapa encabeçada pelo tucano Geraldo Alckmin. Com estreita e histórica ligação com o setor rural e considerada independente pelos pares partidários, o que lhe gera uma infinidade de críticas da direção nacional do Progressistas, Ana Amélia tinha como meta inicial para a eleição deste ano a sua renovação de mandato ao Senado.
O sim de Ana Amélia, oficializado na tarde desta quinta-feira (2), além de dar novo status à candidatura do ex-governador paulista, altera a configuração da campanha eleitoral do Rio Grande do Sul. A começar que o deputado progressista Luiz Carlos Heinze não concorrerá mais ao Palácio Piratini, com o seu partido emprestando apoio a Eduardo Leite (PSDB), ex-prefeito de Pelotas.
A saída honrosa para Heinze foi encontrada após uma manhã de muita articulação, reuniões e telefonemas em Brasília, Porto Alegre e São Paulo. Ao deputado está sendo oferecida a vaga de candidato único ao Senado da aliança em torno de Leite, que já tinha PTB e PPS e agora tem o reforço do Progressistas.
A candidatura de Luiz Carlos Heinze ao governo estadual nunca foi deglutida pela senadora, que possui grande peso de decisão na sigla gaúcha. Quando o colega franqueou o palanque para o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), há duas semanas, o fosso entre ele e o grupo de Ana Amélia foi ampliado.
Levando apenas um terço do que teria direito do fundo partidário, por não ter acatado orientação do diretório nacional nas votações para abertura de impeachment do presidente Michel Temer, e com sérias dificuldades para captar recursos para sua campanha, Luiz Carlos Heinze sai no lucro.
Alívio
Já Alckmin respira mais aliviado, primeiro por conseguir completar a vaga de vice, e também por ganhar reforço de uma política com reserva moral respeitada.
Agora, a expectativa é de como esse anúncio irá repercutir nas próximas pesquisas. Tanto para Presidência da República, quando para governador do Rio Grande do Sul.
Por Alex Soares