Agricultura Regenerativa e Escuta Ativa: O novo paradigma para um agro mais sustentável

Agricultura Regenerativa e Escuta Ativa: O novo paradigma para um agro mais sustentável

O setor agrícola mundial tem passado por grandes transformações positivas e, ao mesmo tempo, com igual força, por grandes desafios negativos causados pelas

bruscas alterações climáticas: como a escassez de água ou de sol. No entanto, de grandes a pequenas empresas e startups do setor, com o instinto ligado 100% na

preservação de suas existências, promovem em diversos países a busca de informações direto com o campo. Quem mais poderia ter as respostas mais práticas,

diretas e necessárias hoje, se não o próprio produtor!?

 

Faz total sentido, esse olhar sincero da indústria por ouvir quem faz o campo acontecer. O produtor, seja grande ou pequeno, é quem tem o olhar nas

necessidades práticas de hoje e do amanhã no campo. Quem trabalha diariamente na terra ou na pecuária, e entende que é responsável por conservar seus maiores

bens: a terra, a água e o ar; precisa também da contrapartida de parceiros da indústria que lhes entreguem produtos com o mesmo nível de cuidado e que pensem

na diminuição de pragas e aumento da produtividade.

E no Brasil, por conta de empresas como Bayer, Corteva, Brasmax, dentre outras, que a aproximação da indústria direto com o campo tem se dado de

forma ainda mais intensa, tanto nos modelos de pesquisa formal ou informal, como em conversas e encontros ‘in loco’. Isto porque, o setor agropecuário

brasileiro é um dos mais avançados e inovadores do mundo, com geração de pesquisas segmentadas em todas as regiões do país. E isto, muito pelo trabalho

persistente da Embrapa e de novos players (como as mais de 3 mil startups, apenas no agronegócio), que promovem o desenvolvimento de modelos produtivos, inovação

de tecnologias e equipamentos de alta precisão para grandes ou pequenas necessidades do campo à agroindústria.

Nas últimas semanas, por exemplo, dois eventos da Bayer, tiveram – exatamente - estas intenções: chamar representantes da cadeia produtiva

brasileira para promover escuta ativa eficaz. Assim, com grupos seletos de produtores e pesquisadores, referências em suas áreas, a indústria de insumos

objetiva trilhar com mais assertividade seus investimentos em produtos que tenham o perfil adequado a cada região do Brasil, ou seja, para uma usabilidade mais

personalizada, sustentável e georreferenciada.

Primeiro, foi o ICS - Inovation Crop Science da Bayer, evento de olho na visão de futuro por novas pesquisas e produtos, realizado de  11 e 12 de junho, em Paulínia,

interior de São Paulo, mas conectado (ao vivo) com as demais sedes da empresa pelo mundo. Por conta no foco total na Ciência, a Bayer promoveu a troca de

conhecimentos, compartilhou descobertas e fomentou discussões sobre um novo olhar para ciência e inovação na proteção de cultivos.

O evento reuniu cientistas da Bayer e de outras instituições que falaram sobre novas tecnologias, desafios da agricultura e soluções sustentáveis. E para representar a

produção, quatro convidados externos foram escolhidos: um produtor do segmento de biocombustível (cana), um da citricultura e dois do segmento de fibras e cereais, a

SLC Agrícola (maior produtora e beneficiadora mundial) e a Sementes Com Vigor (SCV), representado a produção da Região Sul do Brasil. Os convidados puderam 

expor suas experiências nas lavouras e nas escolhas dos modelos produtivos e tipos de produtos usados em cada fase. "Muito relevante esse formato de abordagem,

porque o interesse era para saber da realidade do manejo diário. E, assim conseguirem projetar novos produtos que, realmente, são necessários hoje nas

nossas lavouras levando em conta os vários Modelos produtivos existentes hoje no setor agrícola brasileiro", salientou o CEO da SCV, Pedro Basso.

Outro evento, com igual peso, realizado totalmente interno e online, foi o SSE – Sustainability and Strategic Engagement da Bayer, no dia 17/6, restrito a

funcionários e com apenas três convidados externos: agricultores, um da índia, dos Estados Unidos e um do Brasil E dentre eles, estava a Sementes com Vigor (SCV)

que reforça sua posição estratégica do agronegócio da Região Sul neste encontro que evidenciou os desafios e as oportunidades futuras na inovação e no

engajamento estratégico à sustentabilidade. O CEO da SCV e agrônomo Pedro Basso, era o Brasil dentre o grupo seleto de produtores e pesquisadores convidados

a falarem das suas visões ao grupo de executivos e gestores de P&D da multinacional alemã

Na oportunidade, Basso trocou conhecimento sobre a adoção de práticas regenerativas que ultrapassa a simples conservação do solo, pois incorpora uma

abordagem sistêmica que integra produtividade, saúde do solo e ambiental e visão de longo prazo. “A indústria começa a entender que é preciso ouvir a ponta para

entregar soluções reais. Quem está no campo vive os desafios todos os dias. É nessa escuta que a inovação se fortalece com propósito”, afirmou o executivo e

produtor rural, ressaltando a importância da sinergia entre os saberes técnicos e a experiência prática dos produtores no campo.

A participação da SCV nos dois eventos não só firma o compromisso da empresa com um agro sustentável e tecnicamente avançado, mas também mostra a

importância da colaboração estreita entre grandes corporações, centros de pesquisa e profissionais do campo. Para Basso, a conjugação entre sementes de alta

performance, pesquisa avançada e práticas de cultivo inteligentes é a fórmula da renovação dos sistemas agrícolas regionalizados, promovendo competitividade e

responsabilidade no mercado global. “Quando há diálogo e troca real de experiências com soluções encontradas às dores persistentes, toda a cadeia acaba por se

beneficiar e crescer junto”, reforça Basso.

E na visão de futuro do CEO da SCV, de Muitos Capões, Norte do RS, Pedro Basso,participante dos dois eventos da Bayer e de eventos da Corteva e da Brasmax

também realizados em junho, a reserva de conhecimento seja de manejo, de pesquisa ou de visão de futuro, não é mais uma escolha para ninguém. “Hoje, todos

podemos ter acesso às informações de uma forma ou de outra. Não há mais ‘segredos’. O que vai diferenciar nossas propriedades e empresas é o quanto

investimos tempo e dinheiro apostando na aplicabilidade da ciência, das inovações do manejo e nas escolhas por parcerias duradouras com clientes e fornecedores de

todas os segmentos que envolvem nosso negócio. É essa a postura que vai fazer a real diferença ‘entre joio e trigo’ no mercado”, avalia Pedro, que desponta dentre as

novas lideranças jovens do agro gaúcho.

Por Kátya Desessards