O preço da indiferença

O preço da indiferença

Até a tarde desta quinta-feira entraram no parque Assis Brasil 622 mil pessoas. É muito provável que até o domingo seja quebrado o recorde de gente no parque, que é de 822 mil pessoas na edição de 2023.  A Agricultura familiar vai bem e deverá bater na casa dos R$ 10 milhões no encerramento do evento. A mesma empolgação não pode ser compartilhada com as empresas de máquinas, que devem ter uma quebra de vendas bem expressiva em relação a edição de 2024.

E isso já era esperado, após mais um ano safra com reduções de produção de soja por causa da falta de chuva e dos preços baixos do arroz. Os produtores endividados nem pensam em comprar novo maquinário. Os que não estão preferem a cautela.

Poderia ser diferente de houvesse uma resposta mais rápida dum governo que vem sendo procurado durante todo o ano pelas entidades e nada fez.

Deixou para anunciar alguma medida na véspera do início de mais um plantio, não dando as mínimas condições de planejamento aos que atravessam as dificuldades em obter crédito.

E o que o governo oferece e que será anunciado nesta sexta-feira em Esteio é insuficiente. Levantamento da Farsul mostra a necessidade de R$ 27, 3 bilhões para garantir as negociações do passivo de 65, 271 mil produtores gaúchos.

E pelo que sabemos, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro só estará em Esteio hoje, na Abertura da Expointer, para anunciar os insuficientes R$ 10 bilhões porque o presidente Lula assim determinou na última hora desta quinta-feira (4), durante reunião em Brasília.

Um grupo de produtores se organizou para protestar em Esteio, nesta sexta-feira, durante a passagem de Fávaro. Não se sabe qual o tamanho dessa manifestação, mas ser vaiado é tudo que político não gosta. É o preço da indiferença.