Boa de público, ruim de negócios - um breve balanço da 48ª Expointer

A 48ª Expointer se encerrou neste domingo com um público recorde, mais de 1 milhão de pessoas nos nove dias de feira, mas com negócios reduzidos, como era esperado.
De acordo com os números do Simers, o Sindicato da Indústria de Máquinas, o volume de vendas fechadas e de propostas encaminhadas aos bancos foi de R$ 3,7 bilhões, a metade do que foi movimentado em 2024.
Negócios com animais também mais minguados, na casa dos R$ 15,4 milhões contra R$ 18,9 da edição passada. A julgar pelo bom momento da pecuária, se esperava mais, e, diga-se, a maior parte desse valor é relacionado a negócios com cavalos crioulos.
As revendas de carros e camionetes venderam a mesma coisa do ano passado, R$ 592 milhões, enquanto na agricultura familiar as vendas foram de R$ 13,6 milhões, contra R$ 10,8 milhões.
Os números são proporcionais ao momento da produção gaúcha. Que não pode comprar só olha, quem pode olha, mas opta por esperar.
Sobre a feira, avanços e reparos a fazer. É urgente, por exemplo, a abertura de novos espaços de estacionamento. Durante toda a semana tivemos filas enormes de carros com motoristas à espera de vagas e, por mais que tenha sido dado um jeito na hora do sufoco, não pode mais se viver de improvisações no Assis Brasil.
Na entrevista que fiz com o secretário da Agricultura, Edivilson Brum, neste domingo, há em curso uma parceria que está sendo construída entre o governo estadual e uma empresa para construção de um estacionamento vertical no parque. Torçamos para que isso prospere.
A energia elétrica também é outro gargalo. Tivemos momentos de queda de luz no parque em importantes momentos. Pode ser ainda efeito dos estragos da enchente do ano passado, mas a demanda por energia na feira está maior e é preciso se adaptar a essas exigências.
"De resto, uma feira robusta, com o melhor que temos da criação, da produção, dos produtos e dos serviços. Muitas discussões, fóruns, palestras, muitas notícias boas que irão repercutir adiante"
Essa Expointer também teve outra peculiaridade: a espera do tão aguardado valor para renegociação da dívida de 65 mil produtores gaúchos. Que veio, mas capenga. E vamos combinar que não havia necessidade para tanto desgaste, já que isso estava sendo conversado desde fevereiro. Veio em cima da hora, há poucos dias do começo do plantio da safra de verão.
Penso aqui: e se tivesse vindo antes, teríamos outro patamar de negócios na Expointer? Quem sabe!