Além das intenções de safra da Conab

Além das intenções de safra da Conab

Nesta quinta-feira saiu o primeiro boletim de projeção da safra 2025-26 do Brasil. O levantamento da Conab indica uma produção recorde de 353,8 milhões de toneladas de grãos, um adicional de pouco mais 3 milhões de T. do que foi a de 2024-25.

Os lançamentos de estimativas de safra valem para formar uma ideia do tamanho do plantio, de resto são para fins políticos mesmo, afinal é salutar para o governo ter a sua imagem associada ao sucesso do agronegócio nacional, mesmo tendo contribuído muito pouco para isso. O barulho desta quinta-feira não foi de graça.  Edgar Preto, o atual presidente da Conab, é o nome preferencial do PT para disputar o governo do Rio Grande do Sul, enquanto o presidente Lula já faz campanha à reeleição.

Para o Rio Grande do Sul, cujos produtores estão tendo sérios problemas para começar um novo ciclo, esses números estão longe da realidade. Mas no mundo ideal da Conab e do governo isso não precisa ser dito, afinal estraga a manchete.  São 65 mil produtores que há sete meses esperam pelos recursos do governo para que os bancos tenham a garantia para poder negociar os passivos. Sem isso, não há novas operações de crédito para que assim se possa começar tudo de novo.

"Com esse quadro, somado aos preços baixos seja do arroz e da soja, o plantio das lavouras já está comprometido para 2025-2026. Só não se sabe o quanto"

A incerteza sobre o clima também é outro fator que torna esses números anunciados ontem ainda mais evasivos para os gaúchos.  

A safra 25-26 é a bala de prata da década para agricultura riograndense. O semeado precisa ser bem colhido. A sua parte o produtor irá fazer como sempre, mesmo com a indiferença de Brasília e os fantasmas das crianças do Pacífico penando onipresentes pelos céus do pampa