Arroz: entregar os pontos não é uma opção e o túnel precisa ser iluminado

A condição dos produtores de arroz não é nada confortável. Os preços da saca, que vieram se depreciando desde 2024, não reagem e fecham a semana abaixo dos R$ 60,00, o que está longe de cobrir os custos para produzi-lo. Nos últimos doze meses, a queda ultrapassa os 50%.
O pior de tudo, é que ao contrário de crises anteriores, não há uma luz no fim do túnel a curto prazo e tudo indica que a travessia de 2026 não será muito diferente da deste ano, pois faltam indícios de que a oferta do produto no mercado irá reduzir ao ponto de termos uma reação mais expressiva das cotações.
Mas os reflexos dessas dificuldades já vêm antes, com uma redução de área superior para a próxima safra, inclusive maior do que vem pedindo aos produtores a Federarroz e a Farsul. E a área vai baixar porque uma parcela grande de arrozeiros não está conseguindo honrar sequer os compromissos do último ciclo e está descapitalizado plantar o novo.
"Para atravessar esse período sombrio será preciso mais do que resiliência ou criatividade, mas entregar os pontos não é uma opção"
E as e soluções passam por uma participação decisiva da classe política e dos governos, que podem mexer em ferramentas que ajudem a reduzir a tributação, criar créditos e alterar preços. A produção de arroz do Rio Grande do Sul, que têm alimentado a baixo custo milhares bocas brasileiras e de outros países, está precisando de socorro e estamos falando de produtores que empreendem, empregam e geram receitas que ajudam a pagar a saúde, a educação e os programas sociais.
Diagnósticos e soluções que serão debatidas na tarde da próxima segunda-feira (13) pela Frente Parlamentar do Arroz da Assembleia Legislativa, numa reunião de trabalho a ser conduzida pelo presidente dessa frente, o deputado estadual Marcus Vinicius de Almeida (PP).
Antes disso, neste sábado (11), o Conexão Rural vai ouvir representantes da lavoura e da indústria num programa especial sobre o quadro do arroz. O debate do Conexão Rural, ao vivo pelas rádios Acústica Tchê São Gabriel e pelo Canal do You Tube do CR, terá início às 8h30.
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A coluna diária de Alex Soares é reproduzida também em áudio para os programas Primeira Hora e Redação Acústica (Rádio Acústica FM), Bom Dia Cidade e Boa Tarde Cidade (Rádio Tchê São Gabriel) e Jornal da Manhã (Tchê Alegrete). Ouça abaixo