Mecanismos da Conab chegam em boa hora, mas são paliativos   

Mecanismos da Conab chegam em boa hora, mas são paliativos   

 A Conab entrou em campo e anunciou nesta quarta-feira (22) R$ 300 milhões para movimentar o mercado do arroz gaúcho. Não resolve o problema, mas ajuda. A ideia é enxugar de 500 a 600 mil toneladas da demasiada oferta da safra 2024-25 e assim dar uma reagida nos preços, hoje bem abaixo do custo de produção, acima dos R$ 70,00.

Desses R$ 300 milhões, R$ 200 milhões serão para Aquisições do Governo Federal (AGFs) e R$ 100 milhões serão usados para subvenção, via Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) e Prêmio de Escoamento ao Produtor (PEPRO). Esses valores serão na sua maioria direcionados para o Rio Grande do Sul.

O anúncio foi feito na sede da Superintendência Regional do RS da Conab, em Porto Alegre, pelo presidente da companhia Edgar Pretto, que explicou que esses recursos estavam sendo reservados para a safra de 2026, mas diante da emergência se decidiu antecipar esse dinheiro para 2025 para haver uma reação dos preços ao produtor.

Mesmo sendo contra a interferência do poder público no mercado, as medidas foram vem recebidas pelos produtores. É um remédio amargo, mas necessário nesse momento. Aliás, fazia um tempo que não se ouvia as siglas desses mecanismos.  Mais cedo ou mais tarde, porém, a conta chega, já que o governo está formando estoques.

A ajuda é bem-vinda, mas é preciso outros remédios para não se repetir o desastre dessa safra e garantir a estabilidade de remuneração. A profissionalização e criação de uma rotina exportadora, trabalhar em novas frentes de consumo interno, além de outras alternativas de uso do cereal, como o biocombustível são alguns desses passos.

Pelo lado dos governos, é imprescindível mexer nessa matriz tributária do arroz, que causa injustiças e incentiva a importação. Só ganhar fôlego não basta, é preciso mais.