Faltando uma semana para o início da COP 30 não há consenso sobre o chamado Plano Clima, que o país sede tem que apresentar no evento internacional, que vai reunir representantes oficiais de mais de 143 países, em Belém do Pará.

O Plano Clima é um guia com as ações a serem adotadas para mitigação do efeito estufa e as respectivas metas de redução das emissões de CO². E aí que reside o conflito. Entidades do setor agropecuário chiaram, com toda a razão, com os índices de redução propostos na carta.

O problema disso tudo se arrastar para última hora é que o Ministério da Agricultura, que participou da elaboração do documento, se acordou muito tarde para esses números. A descarbonização proposta para todas as atividades produtivas é de 30% no Brasil, enquanto na conta do agronegócio esse índice de redução sobe para impraticáveis 68%, o que coloca o setor como principal poluidor do país.

"E foi somente pelas reações negativas das entidades do agro que o Mapa voltou atrás e desde a semana passada está solicitando a revisão desses parâmetros"

A situação na última sexta-feira era a seguinte: a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, que coordena o plano, pediu à Casa Civil que entre na causa como mediadora. Nesta segunda-feira deverá haver uma reunião no governo para se chegar a uma solução do impasse. Esse documento precisa ser aprovado pelo presidente Lula por meio do Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima.

Há chances de Brasil chegar à COP 30 sem esse Plano Clima concluído, o que, convenhamos, é um mico por si só. Mas pior que não ter um plano é chegar à conferência com uma proposta manca e fantasiosa apenas para os gringos verem e aplaudirem.

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A coluna diária de Alex Soares é reproduzida também em áudio para os programas Primeira Hora e Redação Acústica (Rádio Acústica FM), Bom Dia Cidade e Boa Tarde Cidade (Rádio Tchê São Gabriel) e Jornal da Manhã (Tchê Alegrete). Ouça abaixo