Fundo de Florestas é uma boa ideia, mas os ricos estão reticentes
A grande aposta do governo Lula nesta COP 30 é o impulsionamento do TFFF, sigla em inglês para denominar o Fundo de Florestas Tropicais para Sempre.
O objetivo é levantar US$ 125 bilhões entre recursos públicos e privados para remunerar, por hectare, a partir dos lucros dos investimentos, países que mantenham preservadas as suas matas.
Entre os beneficiados estariam o próprio Brasil, com a nossa Floresta Amazônica, a República do Congo e a Indonésia, que também possuem vastas áreas de florestas.

Apesar de o governo comemorar o aporte de US$ 5, 5 bilhões - US$ 1 bilhão do próprio Brasil; US$ 3 bi da Noruega; US$ 1 da Indonésia e mais € 500 milhões da França - não está sendo fácil arrancar o dinheiro dos países ricos.
"O Reino Unido, natural investidor de ações ambientais e cujo projeto foi aplaudido ontem pelo príncipe Willian não irá por dinheiro sem que haja maior clareza em seus objetivos"
Com relação à Alemanha, há uma sinalização, mas nada de concreto se realmente vai ou não doar recursos, assim como o Canadá. A própria Noruega, que já investe no Fundo Amazônia desde a sua criação, em 2008, só irá fazer essa nova doação se houver ao menos US$ 10 bilhões de outros países no fundo e que a sua cota ultrapasse 20% do bolo total.
Esse tema foi um dos que dominaram o primeiro dia da Cúpula dos Líderes, que antecede a COP 30 do Clima, em Belém. Lula se esforçou para vender a ideia, que até é boa, pois a princípio beneficia quem preserva e quem investe, mas falta ao plano do Fundo Florestal oferecer a certeza que não será apenas mais um projeto ambiental criado para arrancar dinheiro dos ricos.
Foto: Agência Estado
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A coluna diária de Alex Soares é reproduzida também em áudio para os programas Primeira Hora e Redação Acústica (Rádio Acústica FM), Bom Dia Cidade e Boa Tarde Cidade (Rádio Tchê São Gabriel) e Jornal da Manhã (Tchê Alegrete). Ouça abaixo
