O Proálcool chega aos 50 anos mais atual do que nunca

O Proálcool chega aos 50 anos mais atual do que nunca

Em 15 de novembro de 1975, o presidente Ernesto Geisel editava o primeiro decreto do Proálcool, um bem montado programa de fomento à produção e processamento da cana de açúcar para o uso alternativo como combustível.

À época, o Brasil e o mundo viviam sob uma forte escassez do petróleo, que mudou todo um conceito de consumo. Aqueles carrões com motores de alta cilindrada começaram a ter os projetos revistos pela indústria e o petróleo pesava negativamente na balança comercial brasileira

E foi decisivo para que Geisel assinasse aquele decreto do Proálcool o trabalho dum gaúcho, o engenheiro aeronáutico Urbano Ernesto Stumpf, de Passo Fundo, que liderou uma equipe do Centro Técnico Aeroespacial (CTA), em São José dos Campos, que colocou a rodar o primeiro FIAT 147 à álcool da história.

O Proálcool, 50 anos depois a sua criação, hoje funciona mais como um legado, mas continua sendo atual. Se lá atrás surgiu como uma solução econômica, hoje tem um apelo ambiental irresistível.

Em Belém, o Proálcool está sendo lembrado como pioneiro e referência na aplicação dos combustíveis alternativos. As quatro principais organizações setoriais que trabalham o tema biocombustíveis lançaram uma carta na COP 30 defendendo o seu uso como solução imediata dos países para a crise climática global.

Com várias plantas sendo construídas no Brasil, as usinas de biocombustíveis também representam um novo horizonte para a agricultura. Assim como foi e é para os produtores de cana, o uso da soja, do milho, do trigo e também do arroz para movimentar as frotas se apresentam como garantia de escoamento de safras e preços.

Mas para funcionar, tanto quem produz como quem processa precisam estar cientes dos ônus e dos bônus.

"Um dos motivos de o Proálcool  ter se desidratado é que tiveram épocas em que faltou álcool nos postos porque os produtores de cana preferiam negociar suas produções com a indústria do açúcar, que pagava melhor. E isso gerou desconfiança no consumidor"

Com as suas devidas correções, o Proálcool é um modelo a ser copiar e colado pelos atuais sistemas alternativos de uso de combustíveis, cada vez mais necessários e urgentes.

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A coluna diária de Alex Soares é reproduzida também em áudio para os programas Primeira Hora e Redação Acústica (Rádio Acústica FM), Bom Dia Cidade e Boa Tarde Cidade (Rádio Tchê São Gabriel) e Jornal da Manhã (Tchê Alegrete). Ouça abaixo