Farsul pede desburocratização da linha de refinanciamento do BNDES

Farsul pede desburocratização da linha de refinanciamento do BNDES

Representantes dos Ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, e também do Banco do Brasil se reuniram nesta quinta-feira (4) com representantes da Farsul. Eles também estiveram na Ocergs.

Eles vieram a Porto Alegre para entender as razões da baixa adesão à linha oferecida pelo BNDES, liberada pela MP 1.314/2025, para renegociação das dívidas dos produtores rurais gaúchos.

Recebido na Farsul pelo seu presidente, Gedeão Pereira, por diretores e pelos técnicos da casa o grupo ouviu e recebeu um documento sobre as dificuldades impostas aos produtores para acessar os recursos disponibilizados para rolagem das suas dívidas, sobretudo os com juros controlados.

A Farsul mostrou que as exigências impostas pelos bancos para aprovarem o crédito são tantas que o camarada acaba desistindo em meio a negociação. E elas são muitas, como por exemplo, a comprovação de perdas climáticas, com a necessidade de laudos técnicos atualizados e individualizados, que dificulta a fluência dos processos.

O fato também de os recursos serem liberados apenas para empréstimos contratados até 30 de junho de 2024 deixa de fora uma parte expressiva dos produtores, já que muitos perderam suas lavouras depois.

O efeito dessa complexidade é que até aqui nem 30% dos valores com juros subsidiados disponibilizados pelo BNDES foram acessados.

Outro fator que vem afugentando os produtores, e isso foi colocado na reunião pelo presidente da Farsul, é a inclusão da Alienação Fiduciária como outra exigência dos bancos para liberar os valores.

Ponderou Gedeão Pereira na reunião:

 “Um agricultor não pode correr o risco de, após ser atingido por uma intempérie, perder a sua propriedade porque não pagou uma parcela"

O grupo que esteve em Porto Alegre, que tinha o secretário Nacional de Política Agrícola do MAPA, Guilherme Campos  e o vice-presidente de Agronegócio do Banco do Brasil, Gilson Bittencourt, disse que levará as demandas à Brasília e buscará soluções.

Como tudo tem sido muito demorado em se tratando de soluções que dependem do governo federal e seus agregados, só resta aguardar. Sentados, de preferência para não cansar.

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A coluna diária de Alex Soares é reproduzida também em áudio para os programas Primeira Hora e Redação Acústica (Rádio Acústica FM), Bom Dia Cidade e Boa Tarde Cidade (Rádio Tchê São Gabriel) e Jornal da Manhã (Tchê Alegrete). Ouça abaixo