A cadeia do leite precisa mais do que discursos de valorização

A cadeia do leite precisa mais do que discursos de valorização

A regulamentação das importações, o aumento do consumo interno através de campanhas de conscientização e a abertura de novos mercados externos. Esses são alguns dos pontos a serem trabalhados pela cadeia do leite para diminuir a instabilidade dos preços, que vem judiando de tempos em tempos os produtores.

Esse 2025 fecha negativo para aqueles que optaram em viver da ordenha. De janeiro até julho o preço do litro pago ao produtor até que esteve num valor razoável, em R$ 2,50 o litro, mas depois de agosto as cotações começaram a despencar, até fechar novembro a R$ 2,00 o litro.

Esse é o preço referência, pois a indústria premia com preços melhores aqueles tambos com bons índices de gordura do seu leite, que oferecem uma produção sólida e pontual e possuem bom acesso para o seu recolhimento. Mas é bom dizer que a maioria é remunerada pelo preço-referência, e esses R$ 2,00 estão abaixo do custo de produção.

Contribui muito para esse movimento de baixa a enxurrada de leite em pó que entrou no Brasil pelo Mercosul a partir de agosto. E é por isso que o setor pede essa revisão de regras que visam proteger a produção local e a manutenção da atividade.

"E essa reivindicação não é de hoje, mas até aqui, não existe nada pela parte do governo federal que sinalize alguma mudança nesse sentido"  

No último sábado, em Esteio, no encontro de final de ano da Gadolando, entidade que reúne os criadores de gado holandês do Rio Grande do Sul, o seu presidente Marcos Tang foi ncisivo ao falar da necessidade da reestruturações da cadeia, a começar pelo próprio conceito doméstico do consumo do leite.

Destaque Imprensa 2025

Foi de Tang que tive o prazer de receber o Troféu Destaque Imprensa da Gadolando, num evento que premiou produtores, entidades, lideranças públicas e demais profissionais que se envolvem com a produção leiteira do Estado.

Me honra muito ter sido lembrado por esse pessoal, que nutro profundo respeito e admiração pelo sagrado produto que entregam, por sua resiliência e pela permanente capacidade de sonhar com dias melhores.  Obrigado Gadolando pelo reconhecimento. Estamos juntos!

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Geral

Novos ares

Carlos Joel da Silva vem acertando detalhes da sua ida para a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) a partir de 2026, onde deverá assumir um cargo executivo.

Vice assume

Há 11 anos na presidência da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag) e com mandato na entidade até 2028, Carlos Joel, que já ocupa cargo na diretoria da Afubra, deverá entregar a presidência ao seu vice Eugênio Zanetti.  

Reeleito

Marcos Tang foi reeleito, na quinta-feira (11) na presidência da Federação Brasileira das Associações dos Criadores de Animais de Raça (Febrac). Com um estilo simples e assertivo, Tang, médico e pecuarista de leite, é uma forte voz do agro gaúcho.

Valores do Irga

O governador Eduardo Leite sanciona nesta a Lei que transfere recursos do Instituto Riograndense do Arroz (Irga) para fomentar a comercialização e socorrer os produtores atingidos pela enchente de 2024.

Ato simbólico

Articulador do projeto, o deputado estadual Marcus Vinícius (Progressistas), pretende reunir durante a semana representantes das entidades e do governo para o melhor entendimento do projeto e dar simbolismo à assinatura do decreto.

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A coluna diária de Alex Soares é reproduzida também em áudio para os programas Primeira Hora e Redação Acústica (Rádio Acústica FM), Bom Dia Cidade e Boa Tarde Cidade (Rádio Tchê São Gabriel) e Jornal da Manhã (Tchê Alegrete). Ouça abaixo

Comentário Alex Soares 15 de dezembro de 2025