Balanço da Farsul; Leilões para enxugar oferta e Goergen com nova missão. Os destaques da coluna 17/10
Um Brasil com a sua economia amarrada, com um PIB crescendo timidamente nesses últimos anos, abaixo do crescimento mundial. Um Estado que cresce menos ainda, judiado nesses últimos anos pelo clima. Baixos investimentos públicos e privados num ambiente em que o nível de confiança despencou e a dívida pública cresceu. Um 2026 pouco promissor em se tratando de recuperação.
Esses são alguns dos destaques do balanço anual que a Farsul realizou nesta terça-feira, em sua sede, em Porto Alegre. No encontro com a imprensa, a entidade trouxe os dados da agropecuária, prejudicada por um crédito rural cada vez mais minguado, por um programa de seguro rural ineficiente, por preços baixos e juros altos. Fatores que ajudam a formar esse quadro de endividamento do setor, gaúcho e brasileiro.
"Mas também há claridade no fim do túnel: o economista-chefe da federação, Antônio da Luz falou em tendência de baixa da taxa de juros para 2026, já que a inflação vem se mostrando em queda"
Mas nada que faça a taxa Selic cair à casa de um dígito. Ou seja, vamos ainda conviver com um dinheiro caro para o financiamento.
Cautela, em todos os sentidos, não gastar onde se deve, e quando for investir, que seja um movimento certeiro. Essas regras se estendem não somente para 2026, mas para os próximos anos.
Novo presidente
A coletiva de ontem também foi uma troca de bastão informal entre o presidente que sai e o que entra na Farsul. No dia 1º de janeiro de 2026 assume a presidência da casa o produtor rural Domingos Velho Lopes, em substituição a Gedeão Pereira, que agora passa a responder pela primeira vice-presidência da CNA.
Três décadas
E um fato curioso: essa é a primeira vez em 29 anos que a federação da agricultura do Estado terá uma transmissão de cargo de presidente, já que Carlos Sperotto acumulou seguidos mandatos. Falecido em 2017, Sperotto não chegou a oficialmente passar o cargo para Gedeão Pereira.
Leilões
Foi publicado pela Conab na última segunda-feira (15) os avisos de novos leilões de arroz e trigo para a próxima semana. Serão nas modalidades Prêmio de Escoamento do Escoamento de Produto (PEP) e Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro). O edital prevê a negociação de 445 mil toneladas de arroz e 200 mil toneladas de trigo.
Válvula de escape
Para o arroz, essa é a última válvula de escape do ano para o produtor conseguir comercializar o que ainda tem por um valor minimamente honroso, dentro do preço mínimo estabelecido pelo governo, que é de R$ 63, 64 a saca. Não é o ideal, já esse preço ainda está de R$ 10,00 a R$ 15,00 abaixo do custo de produção, mas ao menos se foge de ter que vender o produto a R$ 52, R$ 54,00.
Trigo
Já no trigo, o valor ofertado no leilão será R$78, 51 a saca, também o mínimo pelos critérios do governo, enquanto o produto vem sendo comercializado na média de R$ 54,00 a saca.
Recursos da CDO

E também nesta segunda-feira o governador Eduardo Leite sancionou a Lei nº 16.407/2025, que autoriza o Irga a apoiar financeiramente os produtores, via taxa CDO. No ato de assinatura dessa Lei, articulada pelo deputado estadual Marcus Vinicius, que preside a Frente Parlamentar do Arroz, participaram representantes da Farsul, Federarroz, Fearroz, Sindarroz e Sindapel.
Nova missão
O ex-deputado federal Jerônimo Goergen foi eleito , dia 15/12, em São Paulo, fui eleito presidente da Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio).

“Assumo esta responsabilidade com o compromisso de fortalecer a governança da entidade, ampliar a articulação institucional e contribuir para a expansão sustentável do mercado de biodiesel no Brasil”, diz Gorgen.
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A coluna diária de Alex Soares é reproduzida também em áudio para os programas Primeira Hora e Redação Acústica (Rádio Acústica FM), Bom Dia Cidade e Boa Tarde Cidade (Rádio Tchê São Gabriel) e Jornal da Manhã (Tchê Alegrete). Ouça abaixo
