"O voto útil como eliminador de riscos"

Editorial Conexão Rural:

Desde a sua criação, o Conexão Rural Broad Cast salientou sua intenção de gerar um tipo de informação agregadora, mas que também teria um viés opinativo pulsante.

Não estar entrelaçado a políticos, agentes públicos ou a grupos ideológicos ou econômicos propiciou liberdade, que permite esses posicionamentos.

 Foi assim, para ficar em exemplos recentes, na crítica à aliança dos frigoríficos com as Ongs de defesa dos animais, contrária à exportação de gado em pé e aos interesses dos criadores, foi assim com a indústria do arroz, refratária ao maior rigor da inspeção sanitária do cereal importado, competidor do aqui produzido. 

  A ideia é essa: deixar claro de que lado se luta e, mesmo quando houver equívocos ou exageros, inclusive nossos ou daqueles que defendemos, o CR não se furtará em apontá-los.

 Nossa crítica em relação ao prematuro apoio do setor rural à greve dos caminhoneiros, em maio deste ano, confirma essa condição. 

  Assim sendo, é imperativo que o CR também marque posição neste crucial momento nacional. Com o devido respeito àqueles que por convicção ou afinidade optaram por outros nomes para votar, o do deputado federal carioca Jair Messias Bolsonaro (PSL) é o que mais se mostrou competitivo entre os candidatos contrários ao modelo administrativo-ético da gestão pública federal dos últimos 16 anos, por justamente ter melhor catalisado esse sentimento coletivo de indignação.

  Se eleito fará melhor? O tempo guarda a resposta.

  Jair Bolsonaro é o líder de todas as pesquisas eleitorais deste primeiro turno e neste posto permanecerá até o dia 7 de outubro.  Atrás dele nos índices está o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT), de onde também não sairá.  Um segundo turno se desenha e nele medos e incertezas serão confrontados.

Eleger alguém de capacidade desconhecida, de análises superficiais, mas de posições firmes, ou fazer vencer o testa de ferro de uma organização de líderes condenados à prisão, que também representa um exército militante esfomeado por poder e viciado em cargos?  

  "Enfrentar o fantasma da instalação de um improvável novo regime autoritário ou renovar o contrato de estelionato com a periculosa quadrilha, formada por membros de carne, osso e espírito de porco? Esses seriam os dilemas?" 

  Bolsonaro precisa vencer essa eleição no primeiro turno. Num segundo, a favor de Bolsonaro migrariam os votos anti-petistas de Alckmin, Amôedo e Dias.

  Contra, entretanto, não faltariam adversidades e adversários, como Ciro Gomes (PDT), que com seus devaneios populistas se renderia a Haddad já no dia 8, de olho no naco de poder a partilhar num futuro governo.

  A metralhadora de mentiras petista também já deve estar sendo azeitada e preparada com farta munição para detonar outras biografias, como sempre fez em nome do poder. 

  A passividade e o silêncio dos homens e mulheres de bem desse país contribuíram para o avanço da mediocridade em diferentes períodos da nossa conturbada história, como ocorreu de 2003 para cá.

 Em nome da reserva de moral que nos resta como nação, em nome desta sede que move nós brasileiros por mudanças, em nome do nosso presente e do futuro, é hora de se rebelar de forma inteligente e estratégica para eliminar os riscos. E isso se faz dividindo temores, compartilhando convições e multiplicando votos.   

Por Alex Soares/Editor CR