Mais mulheres decidindo, tecnologia e fixação no campo, revela pesquisa

Mais mulheres decidindo, tecnologia e fixação no campo, revela pesquisa

A mulher com mais peso decisório na propriedade, o jovem indo, mas voltando mais para o campo, todos com mais acesso à tecnologia, comunicação e informação. Essas são algumas das percepções da 7ª Pesquisa Hábitos do Produtor Rural, promovida pela Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio, apresentada na terça-feira, 6, no auditório da Farsul, em Porto Alegre. Após a divulgação dos dados, um debate mediado pelo jornalista Donário Lopes de Almeida, reuniu os presidentes da Ocergs, Vergílio Perius, e da Fecoagro, Paulo Pires; o diretor de Desenvolvimento da PUC-RS, Jorge Audy; Ivan Novello, diretor de Marketing do Sicredi e o diretor-presidente da Stara, Gilson Trennepohl.  

O presidente da ABMRA, Jorge Espanha abriu o encontro, apresentando a entidade, que possui quatro décadas de fundação e é integrada por empresas de diversos nichos do agronegócio brasileiro. Abaixo assista as entrevista em vídeo com Jorge Espanha e com os demais painelistas.  

Para se ter uma ideia da sua abragência, a pesquisa consumiu 425 dias de trabalho de 60 profissionais, que percorreram 60 mil Km entre captação, cruzamento de dados e elaboração, ouvindo 2.835 produtores rurais, entre agricultores e pecuaristas das principais culturas de 15 estados. Eles responderam a um questionário com 200 itens. 

 Apresentado por Marcelo Claudino, diretor de Inteligência da Informa Economics/FNP, o levantamento apontou, entre as tantas conclusões, que a participação da mulher no gerenciamento das propriedades rurais brasileiras já é de 1/3 na comparação com os homens, que as consideram vitais ou muito importante para o desenvovimento do negócio em 81% das respostas. 

Em relação à pesquisa anterior, feita em 2013, os produtores estão agora residindo mais no campo, apenas. Esse grupo hoje soma 56% contra 47% da última pesquisa. 

O sistema de produção integrado cresceu expressivamente, atingindo 61% daqueles que se utilizam de alguns tipo de rotação de cultura envolvendo lavoura, pecuária e floresta. Outros números que devem ser salientados são os relacionados ao uso de algum tipo de agricultura de precisão, que em cinco anos atingiram um patamar bem superior. Se em 2013, eram apenas 22% dos produtores que recorriam a essa tecnologia para, por exemplo, preparar o solo para semeadura, em 2018 esse grupo chega a 78%. Na análise de solo eram 27.6% contra 73% atuais e no plantio, 34% anterior contra 65% de hoje. 

Otimismo e orgulho

Já nos meios de comunicação, a internet foi a mídia que mais cresceu entre os cidadãos brasileiros do campo, com a TV e o rádio se mantendo entre os preferidos. Já entre os produtores rurais gaúchos, TV e rádio são os mais consumidores do campo, com uma média de 90% dos entrevistados. Já o jornal e impressos cairam, assim como a TV por assinatura.  

Sobre o celular, uma diferença abrupta entre essa e a pesquisa de cinco anos atrás: enquanto apenas 17% dos entrevistados possuiam smartfhone em 2013, esse percentual  saltou para 61% nos dias atuais. Dos que têm acesso à internet, 3/4 mantêm perfil em alguma rede social e 96% usa o aplicativo de mensagem whatsapp. 

Ao final do questionário um percentual revelador sobre a percepção dos produtores em relação a sua atividade. No Brasil, 68% deles se mostram otimistas com relação ao futuro do agro, enquanto no Rio Grande do Sul esse número é de 88%. E 91% e 93%, respectivamente, se disseram orgulhosos por serem produtores rurais.

Por Alex Soares