Exportação de gado em pé: interesse do Irã e retomada de comércio com a Turquia empolgam criadores

Exportação de gado em pé: interesse do Irã e retomada de comércio com a Turquia empolgam criadores

O Irã enviou comunicado ao Ministério da Agricultura, nesta segunda-feira (22), informando a intenção de começar a importar gado em pé do Brasil. Na mensagem oficial, os iranianos teriam ressaltado a evolução sanitária brasileira, confirmada pelas recentes certificações da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

Guilherme Marques (foto), diretor do Departamento de Saúde Animal (DSA) do Mapa, diz que a aprovação do Certificado Zoossanitário Internacional (CZI), que qualifica o Brasil para tais embarques, foi fundamental. 

 “Foram decisivos esses certificados, como o de livre de febre aftosa com vacinação, o de pleuropneumonia contagiosa e de risco insignificante para encefalopatia espongiforme bovina (Mal da Vaca Louca)" , comentou Marques, após o anúncio da carta-intenção iraniana.

A estimativa de volume a ser negociada anualmente, baseada no potencial de demanda do país do Oriente Médio, seria de 100 mil cabeças ao ano. O número pode até ser tímido em relação ao total exportado pelo Brasil em 2017, quando foram embarcadas mais de 400 mil cabeças, mas é uma proporção respeitável em se tratando de recuperação de mercado e abertura de novas praças.  

No segundo trimestre deste ano, o principal canal comercial de exportação do gado em pé brasileiro, a Turquia, fechou por causa de uma crise político-econômica que resultou numa súbita desvalorização da moeda daquele país. Nas últimas semanas, porém, a informação é de que os negócios começaram a ser retomados. 

Além disso, segundo o Mapa, existem negociações em curso avançado para exportar bovinos paraTailândia e para Indonésia. 

Valorização 

O anúncio desta segunda-feira, resultado de um esforço público-privado brasileiro desde 2014 para abrir os portos iranianos para entrada de produtos primários nacionais, e também a retomada das exportações para a Turquia, entusiasma exportadores, e estimula criadores, que passam a ser melhor remunerados também no mercado interno com o enxugamento da oferta.

Por Alex Soares