A Ministra da Agricultura, Tereza Cristina concedeu entrevista, neste sábado (11), ao programa Conexão Rural, que vai ao ar pelas rádios Acústica FM e Conexão Rural on line. Confira o áudio da entrevista abaixo do texto.

Na conversa, com o jornalista Alex Soares, Tereza Cristina deu detalhes sobre o pacote de auxílio concedido pelo governo federal aos produtores brasileiros atingidos pelos efeitos do coronavírus e pela estiagem desta safra nos dois estados do sul - Rs e SC. 

A ministra também falou dos avanços que a MP do Agro, sancionada esta semana pelo presidente Jair Bolsonaro, propiciará, comentou sobre as exportações do agronegócio, estáveis no primeiro trimestre, e também citou as batalhas que trava junto ao governo, neste momento - uma delas é pela redução dos juros para os financiamentos agrícolas. A outra é pela reversão da medida emergencial que cortou pela metade o orçamento do Senar, integrante do Sistema "S", por três meses, desde o início de abril.

MP do Agro  
Para a ministra, mesmo mesmo com os vetos, a MP do Agro vai desburocratizar processos e ampliar as opções para captação de financiamentos no setor. "É uma ferramenta moderna, que amplia garantias, atraindo outros financiadores, fora o tradicional sistema bancário. A aprovação do Fundo de Aval Fraterno, que incentiva  a captações de recursos, com garantias coletivas, é outro mérito da MP, pois também abre a possibilidade de as dívidas fora do sistema bancário serem pagas. "Olha, estamos bem adiantados nos estudos para aplicar esse programa, inclusive com técnicos do BNDES trabalhando juntos ", comentou a ministra. 

Safra 2019-2020
"Apesar dos problemas ocorridos ai no Sul, o Brasil está colhendo uma grande safra. Mesmo com todas as dificuldades, a nossa agricultura creceu muito e estamos indo",  comentou a ministra, após divulgação de novo levantamento da Conab, que aponta para uma produção de 251,8 milhões de tonelada - queda de apenas 100 mil toneladas ante a safra 2018-2019. 

Pacote de ajuda 
Das medidas para o agro gaúcho, Tereza Cristina destacou os sete anos de prazo, válidos a partir da data da assinatura do contrato, para o parcelamento dos financiamentos de custeio e investimento, com os encargos originais. 

Taxa de juros
A ministra comentou que ela e a sua equipe travam uma luta para reduzir a taxa de juros dos contratos do Plano Safra 2020-2021, que poderá incluisive ter o seu anúncio antecipado. A ideia é levar essas taxas da subvenção aos mesmos patamares da Selic, a básica de juros. 

Merenda escolar 
Questionada sobre a possibildade de o governo começar a repassar os valores investidos na merenda escolar, durante a pandemia, diretamente às familias dos alunos, Tereza Cristina se mostrou contrária. Recentemente, o Congresso aprovou a manutenção, durante a crise, da merenda escolar, que tem como parte dos seus fornecedores a agricultura familiar. 

Securitiação 
Sobre a sugerida securitização para o setor (perdão de dívidas passadas) a ministra Tereza Cristina descartou um programa geral. "Olha, não podemos dizer que o nosso setor está mal no Brasil, pelo contrário. Temos um momento muito bom da soja, do milho, da proteína animal. Então, não têm motivos para pedir uma securitização geral, para todos. Isso seria um tiro no pé, num momento desses. Agora, existem sim culturas que precisam ser melhor analisadas", disse a ministra citando o arroz gaúcho. 

Entidades gaúchas
A ministra também agradeceu o empenho das federações e associações do Rio Grande do Sul, que nas suas palavras, "tiveram muita maturidade" na elaboração das propostas que serviram de base para o pacote anunciado, esta semana ,para socorrer a agriculta do estado, atingida pela seca deste ano. Ela também agradeceu os políticos gaúchos envolvidos nas articulações. 

Exportações 
Em relação ao volume de vendas externas, a ministra revelou que o desafio neste período de crise é manter o Brasil abastecido, mas cumprir todos os contratos assinados com outros países. Ela informou que ela e um grupo técnico do Mapa monitoram as moviementações e que novos países mostram interesse nas certificações nacionais. 

Senar    
Tereza Cristina disse que está conversando com o ministro Paulo Guedes para reverter o corte de repasses ao Serviço Nacional de Aprendizagem Rural nos próximos três mese. A decisão atingiu todo o Sistema "S", mas o Senar especialmente, cuja receita tem como fonte majoritária a comercilização dos produtos, e não a folha de pagamento das empresas, cujo desoneramento foi o objetivo da MP. Tereza Cristina mostrou otimismo a respeito do sucesso do que está pleiteando. 

Por Alex Soares