Que tal uma chacoalhada na Emater?

Que tal uma chacoalhada na Emater?

Por Alex Soares

A Emater/Ascar vem deixando a desejar em várias regiões do Estado. E não é de hoje. Será hora de rever o papel da extensão rural do Rio Grande? É eficaz o atual modelo? Está se fazendo o possível de ser feito? O fato é que reclamações não faltam de produtores que afirmam não ver nenhum sentido na existência da Emater. É gente que já faz tempo que não tem nenhum atendimento. Ou nunca teve mesmo.  

Impressiona que um escritório como o de Camaquã, por exemplo, não consiga em um ano todo, como foi o de 2017, gerar nenhuma nota de rodapé de alguma ação feita. E é desnecessário lembrar que a agricultura municipal local é formada em sua maioria por potenciais clientes da Emater. Mas não é só em Camaquã que a Emater deixa a desejar.

Menos mal que existem bons exemplos para o contraponto. Na Serra e no Vale do Rio Pardo alguns escritórios dão exemplo de bons serviços. Em Cristal, nas margens da BR-116 (30 km de Camaquã), um programa de Melhoramento Genético do Rebanho Bovino (foto), a partir do uso de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), vem aumentando as taxas de prenhez do rebanho de corte e leiteiro do município. Em 2016, ano de estreia, se beneficiou três propriedades. No ano passado mais sete propriedades se somaram ao projeto e em 2018 esse número deve ser ampliado. Já são 400 animais envolvidos.

Mas o que o Cristal tem de diferente, já que o convênio com a prefeitura segue o mesmo padrão dos escritórios dos municípios vizinhos e até possui menos servidores? Nada, a não ser criatividade e vontade de fazer.

Quem cobra resultados? 

A Emater/Ascar teve sua condição de filantropia renovada por três anos em março de 2017 pelo governo federal.  O status isenta a associação, ligada à Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR-RS) do pagamento de mais de R$ 40 milhões por ano de imposto patronal. Isso, aliado ao fato de os convênios com o estado e com os municípios estarem vigorando normalmente, significa dizer que não há nada de excepcional.

Existe fiscalização efetiva e cobrança aos escritórios da Emater espalhados pelo Estado? Existem planejamento ou um plano de metas? A Emater/Ascar precisa se oxigenar e se modernizar para o bem da extensão rural e para o futuro da produção primária, principalmente a familiar do Rio Grande do Sul.