A foto de Gabriel Couto, feita na tarde desta terça-feira (16), mostra produtores uruguaios reunidos na Sociedade Rural de Durazno. No encontro, ficou confirmada o que eles vem chamando de "convocatória" a ser realizada na mesma sede, na terça-feira próxima (23), a partir das 16h. São esperados produtores de todo o país.

Entre a segunda-feira (15) e esta terça-feira (16), os uruguaios assistiram a uma série de protestos em rodovias do país, que reúne produtores rurais e gente ligada a diferentes setores econômicos.

Diante da indignação de produtores contra o governo de Tabaré Vásques, o Conexão Rural/BroadCast apurou a remuneração ao ruralista de três produtos no país vizinho, comuns ao Rio Grande do Sul: soja, arroz e boi.

Soja: Nestes primeiros quinze dias de janeiro, os produtores da República Oriental vêm recebendo em média US$ 350,00 pela tonelada, já posta para embarque.

Esse valor, entretanto, é reduzido por conta da cobrança de impostos, que somam um desconto de 2%. Também existe o frete, cujo valor, obviamente, é definido pela distância.

Produtores com lavouras em Treinta y Tres - leste do país e a 300 km de Montevidéo -, por exemplo, desembolsam US$ 45,00.  Convertidos à moeda brasileira, sobra por cada saca de 60 kg o equivalente a R$ 60,25.

Os preços são similares aos praticados em várias praças do Rio Grande do Sul. Os Uruguaios colhem anualmente uma média de 3 milhões de toneladas de soja.  

Gado – O quilo do boi, aferido na segunda balança, é de US$ 1,90. Isso equivale a mais de R$ 6,00. É cerca de R$ 1,50 a mais do que vem sendo recebido pelos criadores gaúchos pelo Kg do boi vivo.

Na comparação com o gado gaúcho, o uruguaio é melhor remunerado ainda, já que o peso da segunda balança é do animal já sangrado. O Uruguai se utiliza de um polêmico sistema de aferição, com quatro tipos de balança, instaladas nos frigoríficos e fiscalizadas pelo Instituto Nacional de Carnes (INAC).

O rebanho oriental é formado por 12 milhões de cabeças.

Arroz - Vale US$ 9,30 a saca de 50 kg. Convertida em reais, ela sai por 30,02, pela cotação desta terça-feira . 

A baixa remuneração da safra passada, aliada a problemas climáticos, refletiu na área plantada deste ano, que ficou na casa dos 150 mil hectares. A metade do inicialmente previsto.

Por Alex Soares/CR