O problema de Heinze é o seu partido

O problema de Heinze é o seu partido

Partido de enraizada identidade com o agro no Rio Grande do Sul, o PP perdeu várias vezes o trem da história e parou na estação. Outro expresso está passando e ele não sairá de lá. Com o mesmo presidente há mais de duas décadas, o que melhor conseguiu fazer desde que Jair Soares se elegeu em 1982 foi chegar a uma quase vitória ao governo no pleito passado. E não a conseguiu por seus dirigentes se utilizarem de dois expedientes vedados em política: autossuficiência e arrogância. 

O PP entra em 2018 com um nome, que se não tão expressivo como o da senadora Ana Amélia Lemos, ao menos é respeitado e possui uma quilométrica lista de serviços prestados ao Rio Grande e à sigla. E o mais importante: o deputado federal de seis mandatos Luiz Carlos Heinze quer ser governador. Mas parece que nem o professor Celso Bernardi, nem seus amigos o querem. 

Num primeiro momento, confesso, que até desconfiei dos reais objetivos de Heinze se lançando ao governo estadual. Me convenci depois que era às ganhas. Heinze também me desapontou com suas idas e vindas nas votações dos processos contra Michel Temer, mas nada que me fizesse deixar de respeitar sua vida de lutas pelo setor rural. E não foram poucas. E desde o início nunca acreditei naquela estória de beneficiamento seu com a turma de Lula. Não me arrependi. O meu conceito sobre ele continua o mesmo.

O PP mais uma vez retrocede duas casas ao não abraçar a candidatura de Heinze. Desestimular um nome com chances de levar de fato o partido ao poder de uma federação para manter reciprocidades com outra sigla e assim garantir a manutenção de uma cadeira ao senado é pensar pequeno. Aliás, o PP, por isso e pela velha mania de ouvir as bases só por ouvir, está se tranformando num pequeno partido, num nanico.

Por Alex Soares