Conveniências distintas unem grupos contra exportação de gado em pé

Na próxima segunda-feira (9 de julho), acontece uma audiência pública para tratar do transporte de gado vivo em Rio Grande. Será em Porto Alegre, no Plenarinho da Assembleia Legislativa, às 18h30. Proponente da audiência, a deputada petebista Regina Becker copiou e colou iniciativa da Câmara de Vereadores de Santos, que proibiu esse tipo de transporte, com o projeto sendo até sancionado pelo prefeito, mas tornado sem efeito pela Justiça.
Porém, vai além do campo político-ideológico essa discussão. Aos defensores da causa animal e a políticos oportunistas em ano eleitoral junta-se a indústria frigorífica, a qual não interessa a menor oferta doméstica de animais.
No Rio Grande do Sul, o Sicadergs se confronta publicamente contra a exportação de gado em pé, sob a alegação de a oferta reduzida pode gerar uma forte crise no setor, com frigoríficos fechados e consequente desemprego. Em entrevistas, o seu presidente Ronei Alberto Lauxen diz acreditar que a negociação com os turcos não é eterna, mas afeta o negócio e fere a parceria entre frigoríficos e criadores.
É bom frisar, entretando, que isso é um negócio. E negócio bom é para os dois lados. Nas vendas externas, os criadores conseguem até R$ 1,50 a mais por kilo vivo do que o negociado no mercado tradicional. Se fosse o contrário, com o gado entrando com o preço abaixo do negociado com os criadores locais, os frigoríficos recusariam?
O sindicato dos frigoríficos também podia aproveitar este momento sinceridade e explicar a razão pela qual somente no Rio Grande do Sul haver esse desconto fixo de 2% da perda de peso pós abate. Nos demais estados é descontado a perda real.
Alex Soares fala sobre isso no seu comentário. Assista abaixo: